sábado, 22 de novembro de 2008

Ária Na Memória Dos Maias

Deixai que vossos olhos se seduzam por um crime,um pecado de que todos somos mártires,segundo a Santa Meretriz Igreja.Crime que por detrás do biombo,doce;porém no pedestal da praça pública,amargo.Incesto é do que vos falo.Deixai uma poça de sangue dar início á história...

§Alcova Lírio§

Nada lhe tivera jurado
Quando desaparecera entre a espessa boémia
Apenas deixara duas solenes e inocentes criaturas,
Os adormecidos olhos de cristal
E os cabelos tons de pôr-do-sol
Persuadem,não por tua desnaturada vontade
Gritam,sim pelo meu egoísmo de deleite das suas lágrimas,
Que arrancara,com espinhos das palavras;
Perfuram as entranhas da ausência de culpa,
Que brancura!Que alcova mais condenada...

Indaguei onde estarias tu...
Eles lutaram pelo seu fôlego e cicatrizes;
Maldita criatura viril,que feitiço me lançaste?
Eles submetem-se,ao altar de ouro e orquídeas,
Eu ardo,chamejando,remexendo as cinzas de um prazer morto.
Gilles adorava o drama de Joana,Eu adoro o meu Tancredo:
O Cristo em imagem de pecado e ferida.
Reclinado na alcova lírio do teu pesadelo
Onde não oferecera resistência á submissão:
Fustigado fora toda a noite e uma vez mais,
O Egoísmo fora meu lacaio.

E assim me rio,mais um Outono passara.
Louca e desgastada,estarei
Para te receber...
Na Alcova Lírio.

§Irrefurtáveis memórias de uma família;
Cujo sangue honroso caíra sobre o chão e mármore frios
Com tons de escarlate a anunciar a má nova
Deste fim macabro.

Pedro caiu no chão,ensopado na sua vida,
Adultério de Monforte,dissolvendo-se.
A brancura da pele inocente,os traços do pai
Carlos Eduardo herdara,
Que uma deusa caminhando sobre a Terra
Como uma viúva no Outono,que deixara o seu lar
Como uma fugitiva que pressentia o seu predador.

O Bem e o Mal lutavam,agora se adoravam.
Educação para seduzir,com fios de cor de fogo
E mais uma vez a brancura da pele,com o negro
Sobre a calçada caminhara.
Os Falhados Ensaios,a Boémia inundava,fracassos
Daqueles que prometeram.
Carlos e Ega,deus não podera condenar pelas
Hostilidades dos seus Futuros.

Maria Eduarda era adorada com graça tanta,
Ao piano sentada,perfeita era a luz
Daquele quadro harmonioso de senhora McGren.
Melodiosa voz encantava o anti-cristo que,
por um momento a cobiçara.
Aquela e todas as noites eram a glória de
Maria Eduarda Castro Gomes,
Que selara cartas com a mancha escarlate.§