domingo, 5 de agosto de 2012

Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades.

Está na hora de dizer adeus, de ultrapassar coisas que no meu presente já não fazem sentido serem remoídas e que me impedem de seguir em frente. Este último ano e os próximos são servir para isso mesmo, para seguir em frente. Já não faz sentido continuar a tocar nas feridas e continuar a fragilizar-me a mim mesma. Aliás, isso já não faz sentido à algum tempo. Não posso recomeçar do zero, mas posso ainda escolher o meu caminho, porque, um dia, depois da tempestade vem a bonança. Agora mesmo tenho duas escolhas: continuar a remoer todas as memórias e deprimir ou aceitá-las e seguir em frente. Eu escolho a segunda hipótese. Não há nada no meu presente que indique que eu não possa ficar bem. Estou bem, neste momento. Sinto que provei a mim mesma de que eu posso fazer qualquer coisa. Se consigo fazer tudo o que quero, ainda que com tempo e uma certa impaciência, também vou conseguir sair do meu próprio caminho. Não quero pensar mais. Não quero ficar constantemente assustada, como quem pressente sempre algo de mau. Quero ser normal. Quero poder andar sem pensar, sentir, respirar. Porque tudo depende de mim. Quero aceitar-me. Quero fazer dos meus defeitos qualidades e reinventar sempre uma melhor versão de mim mesma, física e psicologicamente, porque não há nada que impeça isso. A solução é a constante mudança. Vou ter que aprender a olhar para o meu corpo como um templo que não pode ser danificado. Vou ter que aprender a olhar para certos traços e achá-los bonitos porque são aqueles que eu tenho, porque fazem parte da minha identidade. Vou ter que encontrar defeitos também nas outras pessoas e começar a reparar se esses defeitos as incomodam ou não. Lembro-me de uma vez, quando tinha 11 anos, que me disseram que eu era uma "tábua de passar a ferro". Ás vezes perguntava à minha mãe a chorar "Mãe, porque é que todas as meninas têm mamas grandes e eu não?". Na altura nem dei muita importância. Agora, crescida e com um peito aceitável, preocupo-me demasiado com isso, chegando a ser paranóica. O tamanho do meu peito (36B) parece-me um defeito. Sinto-o como um defeito, mas o curioso é que as restantes pessoas não ,tirando um colega de turma. Ele deve ser o único entre todas as pessoas que já criticaram o meu corpo. Durante algum tempo, este complexo manteve-se adormecido, pensava que já o teria ultrapassado. Mas a pessoa de que mais gosto neste mundo adora peitos grandes, e por isso sinto que o tamanho do meu peito é um defeito ,apesar de ele gostar do meu peito. Mas tenho sempre a sensação de que não é suficiente, de que precisaria de ter um peito maior para manter essa pessoa comigo. Dou demasiada importância ao tamanho do peito. E não consigo respirar como deve ser por causa disso. Tenho um medo constante por causa disso, apesar de saber que uma mulher não é apenas um par de mamas ou outra parte do corpo ou até mesmo o corpo. Pensar isto deixou-me mais reconfortada.

domingo, 25 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

And What If I...?

And what if I...?
That's the question.

E se eu fosse tida por outro?
E se eu enumerasse o que não tendes?
E se eu me ajoelhasse perante outros?
E se eu não desse mais a sóbria atenção?
E se com palavra ácidas fizesse tuas lágrimas correr?
E se comparasse tuas evidências sexuais às de outros?
E se...
E se eu evaporasse?
E se eu apática ficasse?
E se eu não te questionasse mais?
E se o mundo se invertesse?
E se eu não sentisse mais la soledad?
E se eu não fosse mais a tua garantida?

Continuaria a indiferença a notar-se?

domingo, 8 de janeiro de 2012

Querido Pai Natal...

Como penso que este ano me portei bem, queria como presente aquela coisa que o Michael Jackson usava para ter a pele mais branca.
Também quero pó de arroz, importado directamente da China. Quero, também, muito corrector para as olheiras.
Ah! Quero que a minha pele se confunda com o mármore do C.E.S. (Colégio do Espírito Santo, caso não saibas). Faz-me um favor: acaba com os solários e auto-bronzeadores. Só vou ser uma criança feliz se fizeres isso. Outra coisa! Quero outro verniz com a cor de orgasmo. E um lápis castanho da Chanel porque já estou farta do preto.
Ah! Quero também mais memória e inteligência para mim e para o meu PC. Quero anéis novos. Quero uma cátedra, branca, claro.
Ah! Quero muito iogurtes! E eu e a brasileira queremos um Galindez.
Quero também acabar com as cadeiras de Economia que não têm interesse nenhum. Quero que o Silvério seja feliz. Quero que todos sejam mais morenos que eu. Quero um iogurte. Quero cachecóis novos. Quero ser mais melhor boa.
Quero que o bastardo se cale e pare de pensar que que seduz toda a gente. Quero acabar com a bela merda do acordo ortográfico. Não quero saber. 'Tou-me a foder. Tenho direito histórico sobre o Brasil.
Quero que a Madeira seja independente e considerada bastarda da minha nação. Mai' nada! Quero que a Bósnia e a Herzegovina vão dar uma curva.
Quero que o Vitor vá dar uma grande curva e esqueça a minha existência. Ele, coitado, pensa que ainda estou em "guerra" com ele. Mas eu fui a paixão dele, modéstia à parte.
Quero café decente. Quero vodka. Quero que a minha irmã de praxe vá para o Júlio de Matos. Também quero ir para um centro de reabilitação. Queres fazer-me companhia? Quero que o Vitor se esqueça de mim. Quero que todos os gajos bons falem espanhol. Sí? Quero que todos os homens saibam engatar. Quero um shopping e cinema, aqui, em Évora.
Pai Natal, quero que a minha casa seja quente. Não quero viver na Antárctida. Quero que o meu curso seja interessante. Quero que o Crespo vá dar uma curva. Quero sair da União Europeia. Quero que as pessoas impertinentes percebam que são impertinentes, porque eu não digo as coisas de forma simpática. Quero o escudo de volta. Quero tarte de maçã. Quero que o Guilherme deixe crescer o cabelo porque fica mal careca. Quero que os gajos se deixem de fazer a mim via msn e facebook. Quero que as pessoas olhem para o chão. Quero que as pessoas sejam inteligentes como eu.

Cordialmente,
Uma pessoa